12 de junho de 2006
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"Veio o Filho do homem...amigo de publicanos e pecadores!" (Mateus 11:19).
Em Lucas 7 lemos a história de um fariseu chamado Simão, que convida
Jesus à sua casa para uma refeição. Esse pio homem também convida
um seleto grupo de líderes religiosos como ele para se ajuntarem
à mesa. O mais provável é que esses convidados fossem também fariseus.
Era claramente uma reunião muito religiosa. Simão e seus companheiros
fariseus observavam e guardavam a lei, davam os dízimos meticulosamente
e iam à casa de Deus todos os dias. Eram escrupulosamente retos a seus
próprios olhos, e se imaginavam ser os homens mais santos de sua geração.
Não tenho muita certeza quanto a porque um fariseu convidaria Jesus para
jantar, mais ainda quanto a trazer outros homens estritamente religiosos
para comer com Ele. Uma razão possível para o convite seria que Simão e
seus amigos queriam determinar se Jesus era profeta ou, na verdade,
descartá-Lo como tal. A passagem deixa claro que Simão conhecia a
reputação que Jesus tinha como profeta (v. Lucas 7:39).
Naquela cultura, era costume saudar todo convidado com uma bacia de água
e um pano, para lavar o pó dos pés da visita. (Não havia estradas
pavimentadas na época, e assim os pés das pessoas estavam sempre
empoeirados de suas viagens.) O convidado também era saudado com
um beijo de cada lado do rosto. A seguir recebia um ungüento oleoso
para passar nos cabelos, pois estes geralmente estariam necessitando
se hidratar.
Ao ler esta passagem, parece que Simão havia arranjado de jeito que
os outros convidados se assentariam antes de Jesus chegar. E, quase
certo, esses outros convidados seriam refrescados segundo o costume.
Afinal, nenhum fariseu queria ter a reputação de não ser hospitaleiro
dentre os companheiros.
No entanto a passagem deixa evidente que Jesus não recebeu tal
hospitalidade. A única coisa que recebeu quando chegou foi
condescendência. Não houve água para lavar a poeira de Seus pés,
nem beijo de cortesia na face, nem ungüento para a cabeça
(v. Lucas 7:44-46). Em vez disso, foi levado à uma mesa reclinada
como um visitante menor, e teve de se reclinar em meio aos demais
com os pés ainda empoeirados.
As escrituras não dizem o que esse grupo discutia em torno da mesa
da ceia, mas podemos assumir que tinha a ver com teologia. Os fariseus
se especializavam nesse assunto, e haviam tentado pegar Jesus em
outras ocasiões com perguntas fantasiosas. Mas Cristo sabia o quê
estava no coração destes homens, e isso logo ficou claro.
A próxima coisa que lemos é que uma mulher das ruas, "pecadora",
quebrou a cena. De algum jeito essa mulher, já conhecida no meio,
passou dentre os empregados da casa e subiu até a mesa onde os
religiosos jantavam. Lá ela chegou aos pés de Jesus, agarrada a um
vaso de alabastro com perfume, e chorando.
Simão e seus amigos devem ter ficado muito abalados para agir; em
verdade, provavelmente ficaram paralisados pelo choque. Eles
reconheceram a mulher como sendo uma grande pecadora na cidade.
(Ela pode ter sido prostituta.) Posso imaginar o que esses religiosos
começaram a pensar: "Que coisa embaraçosa, uma pecadora destas invadindo
a 'reunião de Jesus'. Estávamos conversando aqui sobre teologia, e de
repente essa mulher de rua irrompe desse jeito".
A mulher pecadora se ajoelha, envolve os pés empoeirados de Jesus com
as mãos, e começa a banhá-los com suas lágrimas. Diante disso, os
fariseus devem ter respirado fundo, dizendo "Oh não. Como Jesus pode
permitir que essa mulher O toque? É contra a lei ter contato com
qualquer pessoa impura. Ele não deveria nem deixá-la tocar Suas roupas.
Mesmo assim está permitindo que uma prostituta pegue os Seus pés".
Nesse momento, ela faz algo impensável: ela solta os cabelos. Nenhuma
mulher judia decente faria um ato destes em público. Mas essa mulher
de má reputação usou os cabelos para deixar os pés de Jesus limpos.
Finalmente, ela abre o vaso de alabastro e derrama perfume sobre
os pés de Cristo.
Os fariseus agora ficam indignados, pensando: "Que vergonha!
Isso é erotismo. Jesus não pode ser profeta. Se Ele fosse realmente
enviado de Deus, saberia que essa mulher é má e pararia essa
exibição de carnalidade agora mesmo". Em verdade, as escrituras
dizem que foi exatamente isso que Simão pensou (v. Lucas 7:39).
Mas Jesus leu a mente do anfitrião e anunciou: "Simão, uma cousa
tenho a dizer-te" (7:40).
Quero fazer uma pausa aqui para avaliar as palavras de Jesus a Simão.
Na verdade, o fato é que após ler essa história várias vezes, fui
parado pelo Espírito Santo e O ouvi cochichando a mim: "David,
uma coisa tenho a dizer-te nessa história". Em realidade, creio
que o Senhor tem algo a dizer a todos nós aqui.
Me senti estimulado a me colocar nessa história, e a examinar a mim
mesmo à luz da sua verdade. Imediatamente, vi que há dois tipos de
espíritos agindo nessa passagem: o espírito do farisaísmo, e o
espírito perdoador e restaurador de Cristo. Os fariseus deixam
fluir um espírito condenatório, do tipo "sou mais santo do que
você", e estavam julgando tanto a conhecida mulher quanto Jesus.
Mas Cristo manifestou o espírito de perdão e de restauração, e
disse a Simão que tinha algo a lhe dizer.
Confesso que ao me colocar dentro desta cena, o meu primeiro
pensamento foi: "Claro, tenho o espírito de Jesus. Sou amigo dos
pecadores. Passei anos ministrando a viciados, alcoólatras,
prostitutas, aos piores dos pecadores. Não tenho farisaísmo
algum em mim".
Ou assim pensava eu. Na verdade, a maioria de nós pensa assim,
"Não sou esse tipo de crente. Eu não julgo as pessoas". Mas é
o espírito do farisaísmo que argumenta: "Não sou como os outros.
Sou mais justo, mais santo". Às vezes a maioria de nós permite
que a inveja, o ciúme ou a raiva dêem cor à nossa opinião sobre
os outros.
Para mim, a melhor definição de fariseu é "aquele que monitora os
pecados dos outros, enquanto justifica a si próprio". Jesus ilustra
isso apontando para a oração do fariseu no templo: "Ó Deus, graças
te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos
e adúlteros...jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo
quanto ganho" (Lucas 18:11-12).
Simplificando, o espírito farisaico diz: "Todos os demais estão
no erro. Por toda volta, vejo apenas pecado e pessoas fazendo
concessões. Mas eu faço certo. Sou um defensor da verdade".
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O que Jesus Tinha a Dizer para Simão?
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Cristo contou a Simão uma parábola sobre dois homens que deviam
dinheiro a um credor: "Um lhe devia quinhentos denários, e o outro
cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes
a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?" (Lucas 7:41-42).
Simão parece que entendeu a mensagem. O versículo seguinte diz:
"Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou"
(7:43). Qual foi exatamente a mensagem de Cristo a esse
fariseu? Resumindo, Ele estava dizendo a Simão: "É você que
precisa perdão".
Veja, quando Jesus de início disse a ele, "Uma coisa tenho
a dizer-te", quis dizer, "Quero mostrar o quê está em teu
coração. Esse momento em torno da mesa não tem a ver com essa
mulher que aqui chegou. Tem a ver contigo, Simão. Tem a ver com
o espírito que há em ti, com o teu orgulho religioso, a tua arrogância,
o teu espírito condenatório, a tua falta de compaixão".
Creio que Jesus estava dizendo ao orgulhoso fariseu, basicamente:
"Essa mulher assim chamada 'ímpia' conhece as profundidades da
depravação. Ela sabe que merece condenação. Ela admite a
desesperança e vê a si própria como a pior das pecadoras. A
razão crucial para ela ter vindo aqui e fazer isso, é por
estar tão agradecida pela misericórdia e pela purificação".
"Essa mulher vê o teu desdém por ela, Simão. Ela ouve os
cochichos entre vocês todos, e sente a tua ira condenando-a.
Mas por sua vez, ela não te julga. Não, ela te ama a despeito
disso. Isso porque ela conhece do quê foi perdoada. Ela é capaz
de amar a todos, por ter sido tão amada apesar dos seus pecados.
Agora ela sente que não tem o direito de julgar os outros."
"Mas você, Simão, não vê a depravação do teu próprio coração.
Você confortavelmente condena essa mulher, que se mostra
partida - mas não vê que precisa tanto ou mais dessa
misericórdia. Você está pensando que ela necessita de muito
perdão e você de pouco. Mas não é assim."
Avalie o que Jesus havia previamente dito aos fariseus: "O que
sai do homem, isso é o que o contamina. Porque de dentro, do
coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a
prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a
avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia,
a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e
contaminam o homem" (Marcos 7:20-23).
Em meus cinqüenta anos de ministério, vi tanta tolice, tanta
coisa falsa, tanto mercantilismo do evangelho e falsas doutrinas.
E sei que isso tudo feriu o Senhor. Jesus expulsou os cambistas em
Seus dias e mostrou o que era falso. Mas reservou suas denúncias
mais incisivas para o farisaísmo. Os registros dos evangelhos me
convencem de que não havia nada que Cristo odiasse mais.
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A Minha Oração nas Últimas Semanas Tem Sido
Para que o Senhor Mostre o Farisaísmo em Meu Próprio Coração
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Tenho orado: "Jesus, antes de eu pregar outro sermão sobre a situação
da Tua igreja -- antes de eu falar uma palavra sobre os defeitos de
outros ministérios -- por favor, mostre-me o meu próprio coração.
Santo Espírito, poderoso cirurgião, corte fundo o meu câncer e
radiografe o meu coração. Mostre-me o orgulho e a dureza do meu
próprio coração".
Li recentemente que há 3.700 denominações pentecostais nos Estados
Unidos e cerca de 27.000 pelo mundo. Além destas, há milhares de grupos
carismáticos e pequenas denominações. No Brasil, Argentina, Nigéria e
outros países africanos há centenas destas. Os batistas não estão muito
aquém no número de vários grupos.
Muitas destas denominações são doutrinariamente boas, fazem um grande
trabalho, e estão levantando igrejas espirituais. Estão poderosamente
pregando o evangelho e ganhando um grande número de almas. Mas há também
muita coisa que é blasfema, muitos falsos profetas, e muito pedido de
dinheiro dos pobres.
Assim também era nos dias de Cristo. Havia tantos tipos de fariseus,
tantos ramos de saduceus, tantos sacerdotes se debatendo. As falsas
doutrinas abundavam, viúvas eram roubadas e os idosos tinham suas
casas roubadas, tudo por motivos "religiosos".
Jesus deixa claro que um dia os perpetradores destes atos tão
pecaminosos serão todos julgados. Irá cada um ficar diante dEle
naquele dia, e dar contas pelo que fez. Mesmo assim enquanto
ministrava na terra, Ele se recusava a gastar tempo monitorando os
negócios dessas pessoas. Ele ainda não estava assentado sobre o Seu
trono de Juiz; pelo contrário, Ele colocava a concentração seriamente
na obra do reino.
Nos próximos dias veremos um crescimento nas tolices e na falsidade
dentro da igreja como nunca antes houve. Anjos de luz irão surgir
- serão pastores e evangelistas possuídos por demônios, com um
discurso cheio de lábia, enfático e sedutor.Tais homens terão força
com sua presença, e suavidade na pregação de uma palavra totalmente
inspirada pelo Diabo.
Há não muito tempo vi um evangelista destes na televisão apresentando
um trabalho de levantamento de fundos. Contou uma história louca sobre
uma mulher que deu 100 dólares para o seu ministério, e dentro de
semanas recebeu uma herança de mais de 800.000 dólares.
Fiquei preso na cadeira em choque, ao assistir essa sedução caminhando.
Logo fui me esquentando com raiva, e gritei aos céus, "Vou desmascarar
este homem!". Mas, a próxima coisa que entendi foi o Senhor cochichando
ao meu coração: "Não, você não vai. Você vai deixá-lo em paz.
Um cego guia outro cego, e todos acabam caindo no barranco".
Acredito, de verdade, que o meu desejo era defender o evangelho, mas
eu estava reagindo na carne. O fato é: Jesus já fez uma declaração
sobre esse mesmíssimo assunto. Os discípulos vieram até Ele um dia
dizendo, "Mestre, Tu estás ofendendo os fariseus com o Teu ensino".
Jesus lhes respondeu: "Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se
um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco" (Mateus 15:14).
Fui compelido a trazer muitas palavras fortes durante meus anos de
ministério, palavras fortes contra o falso e as tolices. Eu não estou
recuando diante do que disse, apesar de saber que algumas vezes me
orientei mal em meu zelo. Mas as coisas vão ficar tão ruins, com
tantas coisas ofendendo o Senhor, que poderíamos facilmente ficar
o tempo todo tentando apagar estes incêndios. Cristo nos diz que não
é nisso que temos de nos concentrar. Pelo contrário, Ele nos dá uma
palavra clara sobre qual deve ser o nosso propósito nestes últimos dias.
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Somos Chamados a Restaurar os Caídos
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Preste atenção no outro espírito que estava manifesto na casa do
fariseu Simão aquela noite: o espírito de perdão e de restauração.
As escrituras nos dizem: "E, voltando-se para a mulher" (Lucas 7:44).
Aqui eu vejo Jesus mostrando onde o nosso foco deve estar: não na falsa
religião, não nos falsos mestres, mas nos pecadores.
Desviando o olhar de Simão e seus convidados, Jesus se volta para a
mulher e diz: "Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muito
pecados, porque ela muito amou...A tua fé te salvou; vai-te em paz"
(7:47,50). Jesus estava revelando aqui porque Ele veio: para favorecer
e restaurar os que caíram, os sem amigos, os derrubados pelo pecado.
E está nos dizendo hoje: "Esse é o Meu ministério".
Igualmente, diz o apóstolo Paulo, é aí que devemos nos concentrar. Não
devemos julgar os que caíram, mas buscar restaurá-los e remover deles
as repreensões e censuras. O fato é que ele fez disso o teste da
verdadeira espiritualidade: a prontidão para restaurar aquele que
caiu. "Se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós,
que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão;
olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado" (Gálatas 6:1).
Quando Paulo usa a frase "olhando por ti mesmo", está pedindo aos
gálatas para recordarem-se da própria necessidade que tiveram de
misericórdia no passado. Em outras palavras: "O quê Cristo perdoou
em vós? Qual acusação em teu passado a misericórdia removeu? Deus
cobriu esses pecados? Agora veja todos os atos e pensamentos maus em
sua vida diária, e a sua própria necessidade da graça e do perdão
contínuos de Cristo".
O teólogo João Calvino diz, basicamente: o cristão que julga o pecado
dos outros, sendo ele mesmo culpado, é como um criminoso condenado
o qual ascende à cadeira do juiz para condenar um outro. Daí a
advertência de Paulo: "Olhando por ti mesmo, para que não sejas
também tentado".
Paulo então rapidamente acrescenta essa instrução sobre o caminhar
com Cristo: "Levais as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis
a lei de Cristo" (6:2). Qual é a lei de Cristo? É o amor: "Novo
mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu
vos amei, que também vos ameis uns aos outros" (João 13:34).
A verdade é que o pecado é a carga mais pesada do homem. Não
podemos simplesmente fazer vistas grossas ou deixar passar o
pecado nos outros. Mas há um modo de ajudar a sustentar os outros
em suas cargas, e é a correção branda e amorosa. Devemos restaurar
os irmãos arrependidos com brandura e amor.
Paulo escreve a Timóteo sobre como tratar com os que estão nos
"laços do diabo, tendo sido feitos cativos por ele, para cumprirem
a sua vontade" (2 Timóteo 2:26).
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É Importante que Compreendamos Totalmente
O que Paulo Está Dizendo Nesse Versículo
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Quando lemos as instruções de Paulo "levai as cargas uns dos outros e,
assim, cumprireis a lei de Cristo", temos de nos perguntar: "Eu quero
realmente viver agradando ao Senhor, cumprindo Sua palavra?".
Oh, as muitas, muitas maneiras pelas quais tenho tentado agradar a Deus.
Tenho orado, "Oh Senhor, prostra-me diante de Tua presença. Que eu chore
quebrantado. Torna-me contrito, desnude o meu espírito, não deixe que
mornidão alguma me infecte. Dê-me uma paixão maior pela Tua palavra".
Todas estas coisas são boas, são bíblicas, e fazendo-as nos sentimos bem,
pois estamos fazendo coisas que agradam a Deus. Mas Paulo diz, "Eis aqui o
quê o Senhor mais quer de nós. Aqui está a Sua palavra sobre como cumprir
a lei de Cristo: leve as cargas dos outros. Restaure os que caíram".
Não consigo tirar de mim essas palavras de Paulo. Elas me deixam
perguntando: "Senhor, como exatamente levo a carga de alguém? Não dá
para eu levar o pecado do outro; isso é obra unicamente de Cristo.
Mas Senhor, Lhe ouço dizer que é isso que desejas. Portanto isso deve
ser algo que eu deveria saber o quê é, mas não sei. Qual é a orientação?".
Eis o que ouço do Espírito Santo: devo pedir que Ele descubra todo o meu
orgulho, a minha inveja, todo o meu ciúme, o meu hábito de julgar os
outros, e o meu zelo enganoso. E devo pedir que me dê o Seu espírito
de perdão, de contenção e autodomínio. Em resumo, devo buscar o
espírito que Jesus teve na casa de Simão.
Quando temos esse espírito em nós, isso age como uma força magnética
que atrai os que precisam da misericórdia de Deus. É o que atraiu
aquela conhecida mulher ao espírito de compaixão de Jesus. Sabemos
ser obra do Espírito Santo ganhar e atrair os pecadores a Cristo.
Mas por que o Espírito Santo enviaria para nós uma pessoa
necessitada de perdão, se não temos o espírito perdoador?
O grande evangelista George Whitefield e João Wesley foram dois dos
maiores evangelistas da história. Eram homens que pregaram a milhares
de pessoas em cultos ao ar livre, nas ruas, parques e prisões, e
através de seus ministérios muitos foram levados a Cristo. Mas uma
disputa doutrinária surgiu entre eles quanto a como uma pessoa é
santificada. Ambos os lados doutrinários defenderam suas posições
intensamente, e algumas palavras fortes foram trocadas, com
seguidores de ambos os lados discutindo de um jeito inadequado.
Um seguidor de Whitefield foi até ele um dia e perguntou: "Nós
vamos ver João Wesley no céu?". Ele na verdade estava perguntando,
"Como João Wesley pode ser salvo se prega um erro desses?".
Whitefield respondeu, "Não, não veremos João Wesley no céu.
Ele estará tão nas alturas junto ao trono de Cristo, tão perto
do Senhor, que não teremos capacidade de vê-lo".
Paulo chama esse tipo de espírito de "alargamento do coração".
E ele o possuía em si mesmo ao escrever ao coríntios, uma igreja
na qual alguns o haviam acusado de dureza, e desdenhado seu
ministério. Paulo lhes assegura, "Para vós outros, ó coríntios,
abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração"
(2 Coríntios 6:11).
Quando Deus alarga o seu coração, subitamente tantos limites
e barreiras são removidos. Você deixa de enxergar através de
lentes estreitas. Pelo contrário, você se vê sendo dirigido pelo
Espírito Santo aos que sofrem. E os que sofrem são atraídos ao
seu espírito de compaixão por meio da tração magnética do
Espírito Santo.
Então - você possui suavidade de coração quando vê pessoas que
sofrem? Quando vê um irmão ou irmã que tropeçou no
pecado...que está tendo problemas...que possa estar a caminho
de um divórcio...você é tentado a lhe dizer no que está errado?
Eles não precisam que alguém lhes diga isso, pois muito
provavelmente eles já o sabem. O quê Paulo diz que tais pessoas
que estão em sofrimento necessitam, é serem restauradas em um
espírito de mansidão e delicadeza. Eles precisam de um encontro
com o espírito que Jesus demonstrou na casa de Simão.
Eis o clamor do meu coração para os dias que me restam: "Deus, remova toda a estreiteza do meu coração. Quero o Teu espírito de compaixão pelos que sofrem...o Teu espírito perdoador quando vejo alguém que caiu...o Teu espírito de restauração, para afastar deles as acusações. Carregue esse exclusivismo do meu coração, e alargue minha capacidade de amar meus inimigos. Quando me aproximar de alguém que esteja em pecado, que eu não vá julgando. Pelo contrário, permita que as fontes de água que brotam em mim sejam um rio do amor divino para com eles. E que o amor que lhes é mostrado faça acender dentro deles o amor pelos outros".
FONTE: WORLD CHALLENGE PULPIT SERIES
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